"Há um ditado no meu país que diz que um estudante não pisa nem na
sombra de seu mestre", diz Sok Jin Oh, professor de língua inglesa, por
32 anos na Coreia do Sul. Ele se refere ao respeito que os alunos têm
pelos mestres. No país de Jin Oh, ser um professor da rede pública
significa ter bom salário, e status na sociedade.A Coreia do Sul tem
hoje um dos melhores modelos de ensino do mundo. No Programa
Internacional de Avaliação de Alunos aparece em sétimo lugar em leitura e
matemática. O país foi um dos primeiros do mundo a equipar escolas com
internet de banda larga.
Um professor como Jin Oh ganha em média US$ 65 mil por ano. Tem casa
própria, carro do ano e pode patrocinar o estudo dos filhos em boas
faculdades particulares.
No Brasil, a vida de um professor é bem diferente. A paulistana Ana
Carolina Cuofano Gomes da Silva, de 30 anos, dá aulas desde os 19. Na
época tinha apenas o Magistério. Depois foi obrigada a concluir o ensino
superior. Há oito anos, formou-se pela Faculdade de Letras da
Universidade São Judas Tadeu. Preferiu a rede pública, porque sentia
mais afinidade com os alunos. Outro fator: a escola fica perto da casa
dela, Hoje, ela leciona Português para turmas de 7º e 8º anos da Escola
Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Júlio Marcondes Salgado, no
Parque Edu Chaves, na zona norte de São Paulo.
"Sinto um respeito muito grande", diz Ana Carolina, que tem sorte.
Segundo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo
(Apeoesp), 44% dos professores da rede pública já sofreram algum tipo de
violência na escola.
Casa alugada. Ana Carolina ganha R$ 2,8 mil, em troca de uma
jornada de 40 horas semanais. Para complementar a renda, dá aula em
outra escola. "A prefeitura oferece uma estabilidade que as escolas
particulares não têm", explica. A professora mora de aluguel.
Jin Ho trabalha hoje no Brasil como adido cultural da Coreia. No ano que
vem, volta para casa, e retoma a vida acadêmica, mas agora como
vice-diretor. Na Coreia os professores, só depois de uma determinada
qualificação, podem se candidatar ao cargo de vice-diretor e diretor de
uma escola. Jin Ho é doutor em língua inglesa. (Agência Estado)
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