Um protesto contra a Copa do
Mundo, realizado neste sábado (22) no Centro de São Paulo, teve cerca de 230
detidos, segundo balanço da Polícia Militar à 0h30. Agências bancárias foram
depredadas e houve confronto entre policiais e manifestantes. Segundo a PM,
sete pessoas ficaram feridas: cinco policiais e dois manifestantes.
Foi a primeira vez que a polícia paulista usou a “Tropa do
Braço”, um grupo de 140 policiais não armados e treinados em artes marciais,
como o jiu-jitsu, que cerca e isola manifestantes.
Convocado pela internet, o protesto “Não vai ter Copa” teve
início às 17h, na Praça da República, em frente à Secretaria de Educação do
Estado. A concentração fez com que a Feira da República fechasse mais cedo. Às
18h, cerca de mil pessoas protestavam no Centro, de acordo com a PM.
Por volta da 18h40, um grupo de mascarados, alguns deles carregando
pedaços de pau, começou a quebrar portas de agências bancárias e orelhões, e a
polícia usou bombas de efeito moral. Perto do Theatro Municipal, algumas
pessoas atearam fogo a sacos de lixo e houve correria.
Manifestantes foram detidos para averiguação na Rua Coronel Xavier de
Toledo, próximo a uma das entradas da estação Anhangabaú do Metrô. Com a ajuda
de escudos e viaturas, policiais bloquearam a Rua 7 de Abril.
Por volta das 21h, de acordo com o major Larry Saraiva, a PM
já havia levado os cerca de 120 detidos para, ao menos, três delegacias da
região central: 4° Distrito Policial (Consolação), 1° Distrito Policial
(Liberdade) e 78º Distrito Policial (Jardins). No horário, os últimos ônibus
com manifestantes presos deixavam a rua Coronel Xavier de Toledo.
Durante o confronto, ao menos cinco policiais e dois
manifestantes ficaram feridos. Ainda segundo a Polícia Militar, foi encontrado
um coquetel molotov dentro de uma mochila deixada na estação Ana Rosa do Metrô.
Câmeras de segurança captaram o momento em que a bagagem foi deixada, segundo a
PM.
‘Tropa
do Braço’
A PM usou policiais especializados em artes marciais para acompanhar
de perto a manifestação. Eles carregavam capacetes, cassetetes e algemas.
Ao longo do trajeto, eles seguiram em fila ao lado dos manifestantes. Quando
houve o primeiro tumulto, os policiais fizeram um círculo e isolaram boa parte
dos detidos para averiguação. Além da “Tropa do Braço”, policiais de outros
grupamentos que normalmente participam de controles de distúrbios com uso de
armas não letais, como Rocam e Força Tática, seguiam o ato.
Jornalista é detido por meia hora
Repórter Paulo Toledo Piza, de óculos e capacete (ao centro), é detido na Rua Xavier de Toledo. (Foto: Epitácio Pessoa/Estadão Conteúdo) |
Entre os detidos na
manifestação, estavam jornalistas, entre eles, o repórter do G1 Paulo Toledo Piza.
Por volta das 18h50, Piza estava perto de onde o primeiro tumulto com depredações. No ponto onde ele estava, na altura do número 404 da Rua Xavier de Toledo, outras sete pessoas também foram detidas junto com ele quando corriam para se proteger.
O grupo foi abordado por PMs, que chegaram a dar golpes de cassetete em um jovem. Todos foram detidos e receberam ordem para sentar na calçada. O jornalista mostrou o crachá, mas não foi liberado. Ele ficou cerca de 30 minutos retido e impedido de trabalhar. Não foi algemado e não sofreu agressões físicas nem verbais. Durante o período, policiais chegaram a impedir que Piza usasse o telefone e exigiram que ficasse com as mãos para trás.
Por volta das 18h50, Piza estava perto de onde o primeiro tumulto com depredações. No ponto onde ele estava, na altura do número 404 da Rua Xavier de Toledo, outras sete pessoas também foram detidas junto com ele quando corriam para se proteger.
O grupo foi abordado por PMs, que chegaram a dar golpes de cassetete em um jovem. Todos foram detidos e receberam ordem para sentar na calçada. O jornalista mostrou o crachá, mas não foi liberado. Ele ficou cerca de 30 minutos retido e impedido de trabalhar. Não foi algemado e não sofreu agressões físicas nem verbais. Durante o período, policiais chegaram a impedir que Piza usasse o telefone e exigiram que ficasse com as mãos para trás.
Ele só foi liberado
por volta das 19h20. Antes, porém, o grupo onde estava foi levado a um ponto
onde estavam outros detidos, entre eles o repórter de O Globo Sérgio Roxo e o
fotojornalista freelancer Victor Moryama. O fotógrafo Bruno Santos, que cobria
o ato pelo Terra, relatou ter sido agredido por policiais militares e precisou passar
por atendimento médico. Ele diz que seu equipamento ficou destruído. (G1)
Mascarado quebra fachada de banco no centro de SP (Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress) |
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