POSTADO POR Wladmir Paulino ÀS 17:58 EM 02 DE Fevereiro DE 2014
Luciano Sorriso comemora o primeiro gol.Foto: Guga Matos/JC Imagem
O último jogo antes de entrar para o clube dos centenários foi de festa para o Santa Cruz. Embora taticamente desorganizado defensivamente em boa parte do segundo tempo, o tricampeão pernambucano teve qualidade para vencer o Bahia por 2x1 e assumir a segunda posição no grupo B da Copa do Nordeste. O tricolor agora só depende de si mesmo para avançar à segunda fase.
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Num início acelerado e turbulento, o Santa Cruz abriu o placar rapidamente para construir sua vantagem de 1x0 no primeiro tempo diante do Bahia, no Luiz Lacerda, em Caruaru. Mesmo com o adversário tendo um jogador expulso antes dos dez minutos, os corais não fizeram um jogo que favorecesse a posse de bola e abrisse mais espaço para definir o resultado logo nos primeiros 45 minutos.
Os retardatários mal acomodavam-se nas arquibancadas quando o Santa abriu o placar. Numa jogada rápida, Flávio Caça Rato foi derrubado, mas Cassiano levou vantagem. Foi à linha de fundo e cruzou para Carlos Alberto. Marcelo Lomba chegou primeiro e afastou. Mas quem vinha de frente para a jogada era Luciano Sorriso, compleamente livre de marcação. Com o goleiro caído ele só teve o trabalho de escolher o canto e chutar forte. O cronômetro marcava 34 segundos.
A ritmo acelerado terminou vitimando o tricolor baiano pela segunda vez antes mesmo dos dez minutos. Ao tentar cortar uma bola, Fahel acertou um pontapé em Cassiano e o árbitro interpretou como agressão. Por isso, mostrou o cartão vermelho. Fahel protestou, pôs o dedo na cara de Cláudio Francisco mas não teve apelação. Nessa nova configuração, o tempo, que já estava quente, ganhou pouco mais de cinco minutos de fervura, principalmente por parte dos baianos. As entradas foram mais ríspidas que o habitual e poderiam até ter provocado outra expulsão precoce.
Foto: Guga Matos/JC Imagem
Quando os ânimos serenaram um pouco, o jogo voltou ao ritmo normal e mostrou um Santa Cruz querendo aproveitar a superioridade para matar logo o jogo. Só que essa ansiedade atrapalhou. Ao invés de explorar mais o toque de bola até encontrar o espaço que existia, os corais adotaram os lançamentos longos e chutes de fora da área, quase sempre sem grande efeito. Luciano Sorriso não se apresentava para a saída de jogo e Raul tinha que voltar. Abria-se um buraco entre o meio e o ataque. Essa ansiedade ofensiva também teve consequências defensivas.
O Bahia encontrou vários espaços para contra-atacar, algo impensável para quem tinha 10 em campo, sendo nove na linha, contra 11 - 10 na linha. Num desses contra-ataques, Rhayner encontrou Talisca livre, mas o camisa 11 chutou com o tornozelo e a bola foi fraca e torta. Efetivamente, o Santa só criaria outra boa oportunidade nos 15 minutos finais quando Caça Rato recebeu de Raul e chutou forte. No rebote, Cassiano tentou dominar a bola, mas como estava impedido, a jogada foi paralisada.
O início do segundo tempo foi quase um replay da primeira etapa. O Bahia voltou com Hugo no lugar de Rafinha. Mas quem fez a diferença foi o time quase da casa - lembrando que o jogo não foi no Recife. Cassiano foi lançado mas Lucas Fonseca conseguiu desarmá-lo. Mas novamente havia um jogador do time pernambucano acompanhando a jogada. Desta vez era Raul. Quase sem ângulo ele acertou o único espaço que havia entre Marcelo Lomba e a trave. 2x0.
A resposta baiana veio três minutos depois. Talisca arriscou com o pé direito, o fraco, e a bola foi realmente fraca. Mas Rhayner estava um pouco à frente e aproveitou, desta vez para chutar forte. Tiago Cardoso estava atento e fechou o ângulo numa grande defesa. Na segunda tentativa, Rhayner não desperdiçou. Aos 16 minutos, Éverton Sena tentou afastar no chutão mas o ex-jogador do Náutico foi mais rápido e ficou com a bola. Na velocidade, ganhou de Renan Fonseca antes de chutar no canto direito de Tiago Cardoso.
O panorama do segundo tempo não era muito diferente do segundo. O Santa não conseguia ter uma posse de bola flagrantemente superior ao Bahia. Outro ponto importante era a marcação frouxa. Nas inversões de lado, o time de Vica demorava demais para armar a marcação. E quando o fazia, já era perigosamente próximo à área. Isso aconteceu tanto na primeira oportunidade desperdiçada por Rhayner quanto no gol. Por muito pouco, o Bahia não empatou aos 21. Numa jogada pela direita, Hélder apareceu livre mas perdeu o tempo da bola para concluir. Ela sobrou para Talisca chutar de voleio e Tiago Cardoso salvar os tricampeões pernambucanos.
Foi a gota d'água para o técnico Vica. Ele mexeu quase simultaneamente. Renatinho entrou no lugar de Carlos Alberto e Luciano Sorriso saiu para entrada de Memo, este com a ordem expressa de guardar a posição para evitar os contra-ataques. Mais uma prova da postura defensiva errada da equipe. Por sua vez, Marquinhos Santos viu que mesmo com menos um havia a possibilidade de igualar o marcador e mandou Branquinho no lugar de Hélder.
O técnico do Santa foi mais feliz na alteração. Memo deu mais mais proteção à zaga e tanto Rhayner quanto Talisca não tiveram a facilidade para se infiltrar. O Bahia passou a levantar a bola na área e tentar a bola longa. Os tricolores tinham espaço para contra-atacar, mas faltou um pouco de qualidade na hora de organizar o time quando tomava a bola. Nos minutos finais, cada time teve uma boa chance. Aos 42, Talisca bateu falta no ângulo esquerdo e Tiago Cardoso fez a defesa. No minuto seguinte, Raul deu um estouro para frente e Pingo avançaou até a área. No chute, acertou a parte externa da rede.
Ficha do jogo:
Santa Cruz: Tiago Cardoso; Oziel, Everton Sena, Renan Fonseca e Tiago Costa; Sandro Manoel, Luciano Sorriso (Memo), Carlos Alberto (Renatinho) e Raul; Flávio Caça Rato (Pingo) e Cassiano. Técnico: Vica.
Bahia: Marcelo Lomba; Mádson, Titi, Lucas Fonseca e Guilherme Santos (Pará); Fahel, Hélder (Branquinho), Pittoni e Talisca, Rhayner e Rafinha (Hugo). Técnico: Marquinhos Santos.
Local: Estádio Luiz Lacerda, em Caruaru. Árbitro: Cláudio Francisco Lima e Silva (SE). Assistentes: Ivaney Alves de Lima e Eric Nunes Costa (SE). Gols: Luciano Sorriso, aos 34 segundos do primeiro tempo. Raul, aos quatro; Rhayner, aos 16 do segundo. Cartões amarelos: Flávio Caça Rato, Cassiano, Carlos Alberto, Sandro Manoel, Talisca, Rhayner, Guilherme Santos e Hélder. Expulsão: Fahel.
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