Agência Estado.
Concedida
pela ministra Carmem Lúcia, a liminar do Supremo Tribunal Federal (STF)
que impediu a aplicação da lei com a nova distribuição de royalties do
petróleo completou, ontem (18), um ano sem previsão de quando será
julgada pelo plenário. Cálculos da Confederação Nacional dos Municípios
(CNM), com base em números da Agência Nacional de Petróleo (ANP),
mostram que R$ 4 bilhões deixaram de ser redistribuídos nos seis
primeiros meses de vigência da liminar.
Como a
produção de petróleo permaneceu estável nos meses seguintes, a
estimativa é de que R$ 8 bilhões poderiam ter entrado nos cofres de
estados e municípios não produtores, os maiores beneficiados com a
mudança aprovada pelo Congresso Nacional.
A legislação determina
que liminares em ações diretas de inconstitucionalidade têm de ser
concedidas pelo pleno da Corte. A única exceção prevista em lei é para
períodos de recesso. Ao conceder a liminar em março, com o tribunal em
atividade, Cármen Lúcia justificou que as sessões de 20 e 21 de março de
2013 já estavam com a pauta fechada. Além disso, afirmou que na semana
seguinte não haveria sessões em razão do feriado da Semana Santa e,
portanto, não seria possível esperar para levar o tema a plenário.
Na ocasião, a ministra afirmou que liberaria o processo para julgamento no mês seguinte. Até agora, porém, isso não ocorreu.
Após
a concessão da liminar, nenhum argumento de mérito foi analisado. E
somente oito meses após ter suspendido a eficácia da lei, no dia 21 de
novembro, pediu pareceres à Advocacia-Geral da União (AGU) e à
Procuradoria-Geral da República (PGR) para proferir seu voto.
O processo está na PGR desde 6 de fevereiro, à espera da manifestação do procurador Rodrigo Janot.
De
acordo com os cálculos da CNM, nos primeiros seis meses de vigência, a
União recebeu R$ 1,2 bilhão a mais do que teria direito pela nova lei e
os estados e municípios produtores de petróleo, notadamente Rio de
Janeiro e Espírito Santo, ficaram com R$ 2,8 bilhões a mais. A
estimativa é que igual montante foi repassado nos seis meses
posteriores, mas a ANP ainda não divulgou o quanto foi destinado neste
período.
Presidente da instituição que reúne os municípios, Paulo
Ziulkoski destaca o fato de o tema ter sido debatido em seis votações
no Congresso, até o pronunciamento final com a derrubada do veto da
presidente Dilma Rousseff (PT). “Ganhamos seis votações. O povo já se
manifestou por meio de seus representantes. O Supremo precisa dar uma
decisão. Esses R$ 8 bilhões deixaram de ser investidos em creches,
merenda escolar e na saúde do país inteiro”, diz Ziulkoski.
Fonte: Blog do Magno
|
|
quarta-feira, 19 de março de 2014
STF "congela" redistribuição de royalties por um ano
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário