EFE.
A
justiça abriu um processo contra dezoito pessoas acusadas na Operação
Porto Seguro da Polícia Federal, que foi responsável pela investigação
sobre suposto esquema de venda de pareceres técnicos de órgãos públicos
federais, informaram nesta sexta-feira (28) fontes oficiais. O escândalo
foi destapado em 2012 pelo ex-funcionário do Tribunal de Contas da
União, Cyonil Borges, que disse ter recebido uma oferta de R$ 300 mil
para elaborar um relatório em favor de uma empresa que participou de uma
licitação para as obras do porto.
Entre os acusados destaca-se
Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete do escritório da Presidência da
República em São Paulo, cargo para o qual tinha sido nomeada por Lula
(PT), em 2003, e mantida depois pela nova chefe de Estado, Dilma
Rousseff (PT), que a destituiu após a divulgação do caso.
O juiz
federal Fernando Américo Porto aceitou a denúncia contra dezoito pessoas
acusadas pela práticas de crime de formação de quadrilha, tráfico de
influência e corrupção ativa, segundo um comunicado.
De acordo
com a polícia, que identificou os acusados em uma operação conhecida
como "Porto Seguro", a rede que era integrada por Rosemary era dirigida
pelos irmãos Paulo e Rubens Vieira, o primeiro ex-diretor da ANA
(Agência Nacional de Águas) e o segundo ex-diretor da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), que também figuram entre os dezoito acusados.
Ambos são acusados de supostamente elaborar relatórios técnicos que favoreciam empresas interessadas em contratos públicos.
Apesar
do elevado número de acusados no escândalo de corrupção, os partidos de
oposição e a imprensa se centraram em Rosemary Noronha, que há anos
mantinha uma relação "muito próxima" com Lula, de acordo com diversas
fontes políticas.
Segundo dados oficiais citados pela imprensa
local no momento no qual foi destapado o escândalo, Rosemary tinha
passaporte diplomático e integrou a comitiva de Lula em viagens que o
então presidente fez entre 2004 e 2011 a 24 países, apesar trabalhar em
um escritório "secundário" da Presidência da República.
"O Globo"
assegurou, além disso, que teve acesso aos detalhes da investigação,
segundo os quais foram "interceptados" cerca de "dez mil e-mails" e em
um deles, Rosemary assegura a Paulo Vieira, suposto líder do grupo, que
falava "todos os dias" com Lula.
O
"Correio Braziliense", por sua parte, afirmou então que, nessas viagens
oficiais, Rosemary costumava se hospedar "no mesmo hotel que o
presidente e seus ministros, um fato nada comum para funcionários de sua
categoria".
Blog do Magno Martins
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sábado, 1 de março de 2014
Justiça abre ação criminal contra ex-assessora de Lula
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